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Amarone, um vinho que nasceu por conta de um erro!

Amarone - Capa

História do Amarone

O vinho Amarone é conhecido e apreciado em todo o mundo, e a grande verdade é que esse vinho foi criado por conta de um verdadeiro erro!

Há mais ou menos 70 anos atrás, em uma determinada vinícola produziam o vinho Recioto, que é um vinho de sobremesa doce, feito com uvas como Corvina, Corvinone, Rondinella, Oseleta e Negrara.  Essas uvas são colhidas manualmente e dispostas de uma forma que possam secar. Esse procedimento conhecido como “apassimento”  faz com que as uvas percam a sua água, obtendo assim uma maior concentração de açúcar.

A colheita acontece em setembro, as uvas ficam “secando” até janeiro, depois são prensadas, para que possam iniciar o seu processo de fermentação.  Para que o vinho tenha uma alta concentração de açúcar, a sua fermentação é interrompida antes que as leveduras transformem o açúcar em álcool.

O que aconteceu foi que alguém esqueceu de esvaziar um determinado barril onde fermentava uma quantidade do vinho Recioto. O responsável pela cantina, que nesse caso seria o enólogo, ao experimentar o vinho desse determinado barril, percebeu que o vinho tinha se tornado um vinho seco, ou seja, fermentou muito mais do que deveria (quanto mais tempo um vinho fermenta, mais as leveduras transformam o açúcar em álcool).

O vinho não tinha mais sua característica doce, adquiriu um gosto amargo, mas que tinha realmente agradado ao enólogo. Ele batiza esse vinho com o nome de “Amarone”, exatamente por sentir certo “amargor” no vinho (amargo em italiano significa amaro).

Assim é iniciada a produção  desse novo vinho, e então o Amarone conquista o mundo!

appassimento uvas

Características

O Amarone della Valpolicella é produzido com diferentes tipos de uva, em proporções variadas, como qualquer vinho DOCG, tudo vem especificado no seu disciplinar (documento que deve ser seguido para a produção do vinho).

A uva predominante é a Corvina (40%-70%), em menor escala temos a Rondinella (20%-40%) e a Molinara (2%-25%), essas uvas são obrigatórias para produção do Amarone. Se podem adicionar como opcionais as uvas Rossignola, Trentino, Sangiovese, Barbera e Negrara utilizando-as num percentual máximo de  15%, vale lembrar que a seleção das uvas e do seu percentual, vai depender de cada produtor, que obviamente deve seguir as regras do disciplinar.

Amarone post

Cor: Vermelho rubi intenso, eventualmente com tons alaranjados quando envelhecido.

Aroma: Perfume picante acentuado, aromas  de nozes, cerejas e frutas negras, notas de especiarias e chocolate.

Sabor: Seco, robusto e cheio, contudo aveludado e equilibrado, se sente um retrogosto amargo clássico que é o que o distingue de tantos outros vinhos.

Teor alcoólico: um mínimo de 14°, podendo chegar aos 17° quando envelhecido.

Temperatura: Deve ser servido ente 18°-20°, para ser melhor degustado, aconselha-se abrir a garrafa duas horas antes.

Harmonização: Carnes vermelha, carnes de caça e queijos fortes, como por exemplo, o parmigiano.

Enfim para acompanhar um momento de relax, não tem nada melhor que um Amarone envelhecido, pois ele é um excelente vinho da meditação (vinhos que dispensam acompanhamento, mesmo que possam aceitá-lo).

E você? Já degustou um vinho Amarone?

Conte-nos a sua experiência, deixando um COMENTÁRIO aqui embaixo!

Se por acaso você conhece alguém que é fã desse vinho maravilhoso, compartilhe o nosso post: Facebook, Twitter ou Google+

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12 comentários sobre “Amarone, um vinho que nasceu por conta de um erro!

  1. Marcos Antônio dos Santos

    Gosto muito dos artigos do Blog, simples e objetivos, e os vídeos colaboram muito com o aprendizado sobre vinhos e regiões produtoras.
    Marcos Antônio
    Londrina – PR

  2. Andreia Michelon

    Olá!! Apesar de ter nascido, crescido e viver numa região cercada de vinhos, sempre acompanho o vosso blog. As dicas e os vídeos me agregam conhecimento a mais sobre o vinho.
    Isso faz com que eu possa por em pratica muito mais sobre o que eu já tenho conhecimento, bem como adquirindo muito mais cultura para apreciar um bom vinho.
    Obrigada por tudo.
    Grande abraço de uma grande admiradora de vinhos

    Flores da Cunha-RS

    1. Iaponira Diniz Autor da Postagem

      Olá Andreia,
      Muito bom ler comentários como o seu.
      Nos faz ter a certeza que estamos trilhando o caminho certo.
      Ainda mais uma expert em vinhos.
      Agradecemos imensamente seu comentário.

      Grande abraço,
      Iaponira & Massimiliano

  3. gecilda gioia

    Oi, obrigado por mais esta preciosa informação. Mais um vinho que terei certamente que experimentar , já que agora conheço sua história. Logo, logo, terei este prazer. por enquanto fico com suas belíssimas informações. Obrigado Gecilda Gioia

    1. Iaponira Diniz Autor da Postagem

      Oi Gecilda,
      O Amarone é um vinho excepcional!
      Tenho certeza que você vai gostar.

      Grande abraço,
      Iaponira & Massimiliano

  4. Eliseu

    Bebo Amarone a duas décadas, tem muito a se falar sobre esse vinho, mas quero simplificar e ser objetivo.
    Conhecedor de vinho ou não, a principal característica a ser percebida por quem bebe essa “lenda” chamado Amarone é a seguinte;
    Após os quatro primeiros goles, a boca se torna adocicada e o sabor acentua de tal forma, que você irá lastimar quando a última taça secar a garrafa….

    1. Iaponira Diniz Autor da Postagem

      Oi Eliseu,
      O Amarone é um dos meus vinhos preferidos, mas já de antemão vou te dizer que o ideal é harmonizar com algum tipo de comida.
      Acho que esse pode ser um dos motivos pelos quais você sente esse sabor doce acentuado.
      Abraços,
      Iaponira Diniz

  5. Alvaro

    Parabéns pela postagem. Concordo. E discordo. No mundo dos Amarones, para mim, o Valpolicella é o que cai melhor. Não sei se é coisa de paulistano, que tomou muito Valpolicella (de segunda) em cantina, mas fato é que acho muito mais agradável, especialmente por ser menos enjoativo.

    1. Iaponira Diniz Autor da Postagem

      Oi Alvaro,
      Eu que concordo com voce. Sempre digo que uma das coisas mais importantes sobre vinhos é o nosso gosto pessoal.
      Entao continue apreciando o seu Valpolicella. 🙂
      Abraços,
      Iaponira Diniz

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